Texto escrito num jorro de 7 min e 23 segundos. Tempo de Kajra Re (canção de bollywood dance)
India, nua e crua: impressões reunidas para que o tempo não apague das recordações. Pra não ser perder. É que perdi todas as fotos. Um roubo. Um estupro. Um “boa noite cinderela.” Na Tailândia. Mas aí já é desviar o assunto...
Chegada. Sujeira. É aí que vou entrar? Pisar? É assim esse portal? Realmente um portal na divisa com o outro país. Algo apertado para passar caminhões e lotações e vans e jipes levando muitas pessoas pra dentro ou pra fora daquela terra. Troco meu dinheiro pelo dinheiro de lá.
O primeiro destino é uma cidade por onde passa o rio conhecido como “rio dos mortos”.
Pelas mais quatro horas de trajeto a imagem é chocante para alguns, desconfortáveis para os outros e silenciosa pra quase todos.
Mal-estar pelo tempo de viagem, comprometedoras condições das estradas, dos motoristas e do caos. Dos motoristas não. São ninjas para ter aquela competência naquelas circuntâncias. Pra gente caos. Pra eles outra dinâmica. Começamos a falar de vetores, velocidade e som. A buzina como sinal de demonstrar sua presença, uma materialização do som para o veículo ao redor. Por isso aquela quantidade ardente de buzinas pentelhas e mosquiteiras.
É muita gente ao mesmo tempo, muitas direções, símbolos, elementos, texturas, cores, cheiros, rezas, crenças, luzes, escuros, palhetas, sujeiras, belezas, coração, terceiro olho, anel, pulseira, ginga com a cabeça, sons, vacas, cocô, massagem, sorrisos, curiosidades, olhares, massalas, paneer, barganha, licença, namastês, mais curiosidades, amor, ódio, nojo, sublimação, contemplação, silêncio, espirro, caos interno...
Se adequar ao novo hábito parece ser a tarefa mais inteligente.