Cena 27 – Relação


Cena 27 – Relação


Tela em branco

Você entra
Respira
Coloca-se
Abre-se
Recebe
Olha, vê e enxerga
O outro vem.

Conexão
Dança íntima
Simultaneidade
Composição
Pausa
Acelerar a dinâmica
Você e o outro

Chacras
Respiração
Sincronicidade
Recolocam-se
Jogo
Mais disso
O Outro e você

Pausa.

Desaceleração
Níveis distintos
Multiplicação
Distância no espaço
Respira
movimento descendente
sai



Intimidade

Intimidade... gozar o dia.. ser simples e vulgar... 

Estudo a partir do livro do OSHO: "Intimidade: como confiar em si mesmo e nos outros"

“O inferno está dentro de si, tal como o paraíso. Não são lugares geográficos, são os seus espaços espirituais.” 


Existe um paradoxo bem evidente em relação à Intimidade. Todos temos medo dela, mas todos a queremos. É através dela que a estranheza se vai e resta aquela aproximação que nos faz trocar experiências. “...quem sabe o que o estranho lhe poderá oferecer?” questiona Osho. 


Quando a “mente silenciosa” e o “coração a cantar” fizerem parte de nós... quando afastarmos o medo e vivermos em grande alegria... a Intimidade está presente. Se estivermos com a cabeça cheia de idéias (a maquinar) e emocionalmente estivermos com peso, então, é difícil que estejamos disponíveis para os outros, logo, é improvável que a intimidade se crie. O caminho até ela pode ser feito pela “...limpeza de todo o lixo que se juntou na sua mente.”, Osho descreve assim o trabalho da meditação.
“Só um homem de meditação pode permitir que a intimidade aconteça. Ele não tem nada a esconder. Ele próprio deixou cair tudo aquilo que o fazia ter medo de que alguém descobrisse. Ficou apenas com o silêncio e um coração afetuoso.” 
Mas porque é que a Intimidade é importante para nós? 
Porque ajuda o nosso desenvolvimento total. 

Conseguimos alcançá-la ao fazer cair todas as defesas pessoais, ao afastar os medos, ao deitar fora as máscaras, ao derrubar distâncias e ao aproximarmo-nos. 

Aceitemo-nos na totalidade com as nossas fraquezas, a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade... Sem repressões, nem inibições. Sim!, à aceitação da existência e Não!, à condenação da mesma. 

Sejamos crianças, com a sua inocência própria. Assumamos as nossas necessidades básicas. “Tenho necessidade de ser necessário. Tenho necessidade de ser amado. Tenho necessidade de ser aceito.” 

"os dias são para ser gozados"


Gozemos a nossa simplicidade, a nossa confiança, a nossa franqueza, a nossa inocência e o nosso amor. Sejamos vulgares, com consciência e com a mente limpa. A religião, a cultura, a sociedade, os pais e a educação são agentes bloqueadores, pois encheram as nossas mentes. “E as feridas não saram se não forem abertas. Quanto mais as esconde, mais perigosas elas se tornam. Podem ficar cancerosas.”
“Compreender que teme a intimidade poderá vir a ser uma grande revelação e uma revolução se se interiorizar e começar a deixar cair tudo aquilo de que sente vergonha e aceitar a sua natureza tal como ela é e não como ela deveria ser.”


Devemos viver a totalidade, intensamente, alegremente, simplesmente, espontaneamente, como um livro aberto. Mostremos os nossos pensamentos, sonhos e perversões. Deixemos o estado artificial e passemos ao estado de autenticidade e espontaneidade. Sejamos simples, afetuosos, abertos e íntimos. Deixemos de ser defensivos, preocupados e fechados. 

Todas as pessoas são belas pela sua banalidade e por serem repletas de tudo o que provém da natureza humana, inclusive as fraquezas. Existe 
uma espécie de fragilidade que é a mais elevada expressão de consciência.
“Não há nada mais belo do que ser-se simples e vulgar.”, afirma Osho.

KI o quê? KINESFERA

Para além de nossos sistemas (ósseo, muscular, digestório, respiratório, epitelial, etc…) e de nossos paralelos e meridianos que traçam nosso mapa corpo há essa tal de Kinesfera.  


Cinesfera=kinesfera: é a esfera que delimita o limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente. Esta esfera cerca o corpo esteja ele em movimento ou em imobilidade, e se mantém constante em relação ao corpo, sendo “carregada” pelo corpo quando este se move. 'É delimitada espacialmente pelos alcance dos membros e outras partes do corpo do agente quando se esticam a partir do centro do corpo, em qualquer direção, a partir de um ponto de apoio.' É um conceito que pertence ao Método Laban de Análise do Movimento.

'A cinesfera também é um espaço psicológico, a partir do qual toda a expressividade guarda coerência.'

A cinesfera pode variar em amplitude:

externa se relaciona com a pele, é elástica e permite a interação da pessoa com o meio (o espaço, outras cinesferas) como a pele.

média se relaciona com os músculos, é gestual e formal, usada no espaço social.

interna se relaciona com os ossos, estrutura.


As várias cinesferas se colocam uma sobre e podemos dirigir a consciência para cada uma das cinesferas, para uma combinação entre duas delas ou para todas.


Fonte: Dicionário Laban



Quão além de mim (mas ainda “mim”) é dançar por essa Kinesfera!!!

E ainda há a minha, a sua, a nossa Kinesfera, a estratosfera, a termosfera e por aí vai...mas já não dou mais conta de imaginar isso agora.






FOTO: Lembrança da vivência realizada na Serra da Capivara, Piauí 
Projeto entrExtremos, Janeiro de 2010, direção de Carol Pinzan.
Performer: Ivana Calado / Foto de Marcos Camargo

O OUTRO

Mortal loucura


Gregório de Mattos musicado por José Miguel Wisnik


Na oração, que desaterra … a terra,

Quer Deus que a quem está o cuidado … dado,

Pregue que a vida é emprestado … estado,

Mistérios mil que desenterra … enterra.



Quem não cuida de si, que é terra, … erra,

Que o alto Rei, por afamado … amado,

É quem lhe assiste ao desvelado … lado,

Da morte ao ar não desaferra, … aferra.



Quem do mundo a mortal loucura … cura,

A vontade de Deus sagrada … agrada

Firmar-lhe a vida em atadura … dura.



O voz zelosa, que dobrada … brada,

Já sei que a flor da formosura, … usura,

Será no fim dessa jornada … nada.

para ouvir:
http://www.caetanoveloso.com.br/sec_discogra_view.php?language=pt_BR&id=42

símbolo maia: integração dos cosmos

integração

Sabe a sensação de fazer parte do ambiente? De estar integrado? Mas isso não num sentido de confiança, somente, e de estar em harmonia com todos os que estão.

... uma sensação de você ser parte integrada e de ser o Todo. Contraditório? Ser um, ser nenhum, ser todo mundo.

O que o outro é / faz me pertence e me representa, de alguma maneira.
Entendido seu ser como além de Corpo, mas Fluxo, tudo isso que é meta se torna muito maior do que podemos ver e pensar que somos.
Nesse canal, o que sou é inteiro e o que o outro é também.

A exposição é carne viva, mas a carne exposta não é cicatriz que dói, é respiração de frescor dessa carne.

Eu sou Thiago Amaral.










foto: lembrança da performance realizada na Serra da Capivara com o Coletivo Urubus. Jan / 2010.
Crédito: Marcos Camargo
Performer: Thiago Amaral

Blog do Coletivo Urubus

Observações Intimas

Ao chegar pela pele não tem como fugir. Sentir é a única alternativa.

Pego já o bonde andando e sou atropelada pela consciência e percepção do nosso invólucro sempre presente, mas nem sempre consciente. Voltar à atenção para pele, divisor do que está fora e dentro sensação pura onde o prazer o desconforto, as tensões, os sustos e as surpresas dos encontros se apresentam sem aviso.

Abrir e fechar os olhos, slides de outros tantos juntos.

A intimidade com o outro depende da intimidade comigo?

“ O peito como bússola”

Acho que sou mais sincero de olhos fechados.

universo interior - pele - universo exterior






dia 11. Agosto de frio. 

Mapeamento do que sou eu. Fluxos de energias. Canal. Eu – passagem.

Exercícios de escuta dessas energias que nos habitam. Fluxo.
Direcionamento desse fluxo. Vetores. Consciência das direções. Espírito livre que dança com o corpo consciente esses fluxos.
Olhos fechados para afinar essa escuta.
Olhos abertos para atravessar o espaço com essa presença.
Reverberação dos outros fluxos/corpos em meus fluxos/movimentos.

Reconexão com a natureza da dança íntima de cada ser. O que seria isso?

Escuta dos movimentos, das sensações e das emoções que nos habitam. Nos habitam e nos atravessam?


A Percepção é uma escolha?


Eu sou Thiago Amaral.


outros estudos



É um registro escrito de experiências práticas a partir de um olhar, que se propõe  a trocar com outros olhares e percepções.
Registro de perguntas sobre o Trabalho físico. Metafísico.
Pensamentos, sensações.
Provocações, indagações.

Encontro. Resgate. Padrões. Consciência. Corpo. Movimento. Respiração. Conexão. Eu. Outro.
Eu sou eu. O outro é o outro.
Eu sou a única coisa que existe.
Céu. Terra. Pés. Sola dos Pés. Poros. Respiração.
Respiração pela sola dos pés.



"O Ator Invisível", Yoshi Oida


 Download do texto:

QUITO

Cristiane Paoli Quito é quem deu o primeiro estímulo para a criação desse blog.


Cristiane Paoli Vieira (São Paulo - SP, 1960).


Diretora  da Companhia Nova Dança 4.




Cristiane especializou-se na refinada arte do movimento espontâneo. Construiu uma carreira marcada por inquietações artísticas que a levaram a transitar pelas fronteiras entre gêneros e estilos, transgredindo padrões estabelecidos, mas sem jamais perder a noção das leis que regem, identificam e definem estes gêneros e estilos. [...] caminhava, assim, para a valorização plena do ator - ao se apoiar somente no corpo do artista, dispensando as palavras e as representações dos objetos, fez com que o público abandonasse as referências externas e procurasse se concentrar apenas no que estava materialmente em cena".

                                                                           Texto retirado da Enciclopédia Itau Cultural. Foto: Otávio Dantas